Virtude
Sila
Sila, (virtude, conduta moral), é a
base sobre a qual todo o Nobre Caminho Óctuplo
se apóia. A prática de sila está definida pelos três elementos do
Caminho Óctuplo: Linguagem Correta, Ação Correta , e Modo
de Vida Correto. Os budistas praticantes em geral adotam um conjunto
específico de regras de treinamento adequadas à sua situação de vida:
- Homens
e Mulheres leigos observam os Cinco
Preceitos (pañca-sila)
- Homens
e mulheres leigos que estão praticando meditação intensiva observam os Oito Preceitos (attha-sila)
- Monges
noviços (samanera) e monjas noviças (samaneri) observam os Dez Preceitos (dasa-sila)
- Um
monge completamente ordenado (bhikkhu) segue as 227 regras do
Bhikkhu Patimokkha; uma monja (bhikkhuni) segue as 311 regras do
Bhikkhuni Patimokkha.
O tema da Virtude também está disponível em áudio
As
recompensas da virtude
(1) "Venerável senhor, qual é o propósito e benefício do comportamento virtuoso benéfico?"
(2) "Ananda, o propósito e benefício do comportamento virtuoso benéfico é o não-arrependimento."
(3) "Qual é o propósito e benefício do não-arrependimento?"
"O propósito e benefício do não-arrependimento é a satisfação."
(4) Qual é o propósito e benefício da satisfação?"
"O propósito e benefício da satisfação é o êxtase."
(5) Qual é o propósito e benefício do êxtase?"
"O propósito e benefício do êxtase é a tranquilidade."
(6) Qual é o propósito e benefício da tranquilidade?"
"O propósito e benefício da tranquilidade é a felicidade."
(7) Qual é o propósito e benefício da felicidade?"
"O propósito e benefício da felicidade é a concentração."
(8) Qual é o propósito e benefício da concentração?"
"O propósito e benefício da concentração é o conhecimento e visão como as coisas na verdade são."
(9) Qual é o propósito e benefício do conhecimento e visão como as coisas na verdade são?"
"O propósito e benefício do conhecimento e visão como as coisas na verdade são é o desencantamento e o desapego."
(10) Qual é o propósito e benefício do desencantamento e do desapego?"
"O propósito e benefício do desencantamento e do desapego é o conhecimento e visão da libertação.
-- AN X.1
Cinco
dádivas imaculadas
“Agora, há essas cinco dádivas, cinco grandes dádivas
- originais, que existem há muito tempo, tradicionais, antigas, sem
adulteração, não adulteradas desde o princípio - que não estão sujeitas à
suspeita, nunca estarão sujeitas à suspeita, e não são criticáveis pelos sábios
contemplativos e brâmanes. Quais cinco?
“É o caso em que um nobre discípulo, abandonando
a destruição da vida, se abstém de tomar a vida. Agindo assim, ele liberta do
perigo, liberta da animosidade, liberta da opressão um incontável número de
seres. Libertando do perigo, libertando da animosidade, libertando da opressão
um incontável número de seres, ele ganha uma parcela na ilimitada liberdade do
perigo, liberdade da animosidade e liberdade da opressão. Essa é a primeira
dádiva, a primeira grande dádiva - original, que existe há muito tempo,
tradicional, antiga, sem adulteração, não adulterada desde o princípio - que
não está sujeita à suspeita, nunca estará sujeita à suspeita, e não é
criticável pelos sábios contemplativos e brâmanes.
“Além disso, abandonando tomar o que não é dado
(roubar), o nobre discípulo se abstém de tomar o que não é dado. Agindo
assim, ele liberta do perigo, liberta da animosidade, liberta da opressão um
incontável número de seres. Libertando do perigo, libertando da animosidade,
libertando da opressão um incontável número de seres, ele ganha uma parcela na
ilimitada liberdade do perigo, liberdade da animosidade e liberdade da
opressão. Essa é a segunda dádiva…
“Além disso, abandonando a conduta sexual imprópria, o nobre discípulo se abstém da conduta sexual imprópria. Agindo assim, ele liberta do perigo,
liberta da animosidade, liberta da opressão um incontável número de seres.
Libertando do perigo, libertando da animosidade, libertando da opressão um
incontável número de seres, ele ganha uma parcela na ilimitada liberdade do perigo,
liberdade da animosidade e liberdade da opressão. Essa é a terceira dádiva…
“Além disso, abandonando a mentira, o
nobre discípulo se abstém de mentir. Agindo assim, ele liberta do perigo, liberta da
animosidade, liberta da opressão um incontável número de seres. Libertando do
perigo, libertando da animosidade, libertando da opressão para um incontável
número de seres, ele ganha uma parcela na ilimitada liberdade do perigo,
liberdade da animosidade, e liberdade da opressão. Essa é a quarta dádiva…
"Além disso, abandonando tomar embriagantes, o
nobre discípulo se abstém de embriagantes. Agindo assim, ele liberta do
perigo, liberta da animosidade, liberta da opressão um incontável número de
seres. Libertando do perigo, libertando da animosidade, libertando da opressão
um incontável número de seres, ele ganha uma parcela na ilimitada liberdade do
perigo, liberdade da animosidade, e liberdade da opressão. Essa é a quinta
dádiva, a quinta grande dádiva - original, que existe há muito tempo, tradicional,
antiga, sem adulteração, não adulterada desde o princípio - que não está
sujeita à suspeita, nunca estará sujeita à suspeita, e não é criticável pelos
sábios contemplativos e brâmanes. E essa é a quinta recompensa de mérito,
recompensa da habilidade, alimento da felicidade, celestial, resultando na
felicidade, que conduz ao paraíso, conduz àquilo que é desejável, prazeroso e
atraente; para o bem estar e a felicidade."
-- AN VIII.39
Cinco
bênçãos
“Cinco bênçãos, chefes de família, são obtidas pelo homem íntegro
através da prática da virtude. Quais são elas? Em primeiro lugar, devido à sua
diligência ele obtém muitas posses. Em segundo lugar, ele obtém boa reputação
devido à sua moralidade e boa conduta. Em terceiro lugar, em qualquer
assembléia que ele entre, quer seja de Khattiyas, Brâmanes, chefes de família
ou contemplativos, ele se comporta de modo seguro e autoconfiante. Em quarto
lugar, ele não morre confuso. Em quinto lugar, na dissolução do corpo, após a
morte, ele renasce num destino feliz, no paraíso. Essas são as cinco bênçãos
para aquele que é íntegro através da prática da virtude.”
-- DN 16.1.24
Amigos
admiráveis encorajam o desenvolvimento da virtude
"E o que significa ter pessoas
admiráveis como bons amigos? É o caso em que um leigo, em qualquer cidade
ou vilarejo que ele viva, ele passa o tempo com chefes de família ou filhos de
chefes de família, jovens ou idosos, que possuem a virtude desenvolvida. Ele
conversa com eles, participa de discussões com eles. Ele emula a convicção
consumada daqueles que são consumados em convicção, virtude consumada daqueles
que são consumados em virtude, generosidade consumada
daqueles que são consumados em generosidade e sabedoria consumada daqueles que
são consumados em sabedoria. A isto se denomina ter pessoas admiráveis como
bons amigos."
-- AN
VIII.54
Recordando
suas próprias virtudes
"Além disso, é o caso em que você se recorda das suas próprias
virtudes: '[Elas são] intactas, não-laceradas, imaculadas, não-matizadas,
libertadoras, elogiadas pelos sábios, desapegadas, que conduzem à
concentração'. Em todos os momentos em que um nobre discípulo esteja se
recordando das suas virtudes, a sua mente não estará tomada pela cobiça, não
estará tomada pela raiva, não estará tomada pela delusão. A sua mente seguirá
firme, baseada nas suas virtudes. E quando a mente segue firme, o nobre
discípulo obtém a compreensão do objetivo, obtém a
compreensão do Dhamma, obtém satisfação conectada com o Dhamma. Naquele que
está satisfeito, o êxtase surge. Naquele que está em êxtase, o corpo se acalma.
Aquele cujo corpo se acalma, experimenta a tranqüilidade. Naquele que está
tranqüilo, a mente se torna concentrada.”
-- AN XI.12
O passo
seguinte no Treinamento Gradual: Paraíso
Revisado: 28 Dezembro 2013
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